You got my past, frozen behind glass – but I’ve got me.
Você guarda as horas do meu passado em algum lugar na confusão dos seus pensamentos. Eu não sei se é em um cofre forrado de ouro, uma caixa de vidro cheia de alarmes, ou um baú empoeirado. Eu só sei que essas horas não são mais minhas (será que algum dia foram?). Também sei que, mesmo se planejar o assalto mais mirabolante às profundezas do teu ser, nunca mais vou tê-las de volta. Elas estão dentro de ti, querido, você é o guardião de algo mais precioso do que pensa. Você tem cada segundo que levei chorando por ti, as horas sem dormir de noite pensando no teu sorriso, os anos sonhando com as décadas que ainda estavam por vir. Você tem um pedaço tão grande do meu passado que eu não faço ideia de como faz para tudo isso caber. E sabe o pior? Você continua a ter pedacinhos do meu presente, os minutos na terapia falando do que vivemos, os momentos de solidão quando acordo sem você do meu lado. Tento me convencer que o tempo mais importante que existe para mim não é esse que está guardado dentro de você, mas o futuro que por enquanto é só meu. Mesmo sabendo que parte dele vai ser teu também.
13.04.2023 — Wien, sobre o tempo